Desfile de louvor
29/06/2011 - 1h50m
Milhares foram às ruas de mosqueiro homenagear são pedro
Duas mil pessoas desfilaram camufladas, em referência às matas nativas da ilha de Mosqueiro, na tarde de ontem, nas ruas do distrito, para comemorar a 93ª edição da Festividade de São Pedro. No evento tradicional, ocorre a subida dos mastros do santo, que representa a vara de pescar e o anzol que carrega o peixe, dois símbolos da cultura local e também do apóstolo de Jesus Cristo.
Na manhã de hoje, a partir das 8 horas, ocorre a procissão fluvial em homenagem a São Pedro. A saída é da praia do Areião até o Porto do Pelé, na rua Siqueira Mendes. Após a celebração religiosa, que promete reunir novamente mais de mil pessoas, é feita a descida dos mastros. As peças são duas toras da árvore Morototó, com cerca de 1,5 metro, levadas por homens e mulheres em grupos separados, todos fantasiados com estampas do Exército.
A professora aposentada Diva Palheta, de 75 anos, coordenadora da programação desde 1962, explica que a festividade foi iniciada por sua mãe no ano de 1918. O distrito de Mosqueiro, naquela época, se resumia a uma colônia de pescadores. "Minha mãe, que tinha fé no discípulo pescador encontrou uma forma de homenagear o santo todo mês de junho. Atualmente, nos três dias de evento, mais de cinco mil pessoas participam da festa", disse a organizadora. Nesta quinta-feira, último dia da Festividade, a aparelhagem SuperPopSom vai se apresentar a partir das 19 horas no Areião. "Eu não gosto muito, mas os amigos pedem", confessou a devota mais fervorosa de São Pedro na ilha.
A funcionária pública Jandira dos Santos, de 40 anos, que mora em Belém e ajudava a carregar o mastro na terça-feira, falou sobre a importância de não deixar a tradição morrer. "A gente vem para se divertir, mas sabe que é uma maneira de mostrar que Mosqueiro tem uma identidade própria. Em Belém não existe essa brincadeira", argumentou a participante. O autônomo Rogério Pedreira, 31, que estava com o filho Robson, de 9 anos, destacou o lado religioso da programação. "Trazer as crianças para ver a subida do mastro é uma maneira de incentivar que elas tenham uma crença e conheçam o santo. Elas aprendem que religião não precisa ser séria o tempo todo", ele disse, fantasiado de soldado fugido do quartel.
Disponível: Portal ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário