Praia Grande da Baía do Sol

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"Quem está distante sempre nos causa maior impressão" "Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco." "Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso." Charles Spencer Chaplin


A Rio+20 nos mostrou que os líderes políticos não estão comprometidos verdadeiramente com um planeta mais verde e limpo, assim como nós estamos. Sabíamos que nosso futuro não poderia ser decidido em 3 dias de Conferência, mas devemos cobrar ações concretas e duradouras dos nossos governantes.


Hora Certa em Mosqueiro

quarta-feira, 30 de março de 2011


Você já ouviu falar de Mosqueiro como ‘Terra do Já-Teve’? Pois é, até cinema já teve. Chamava-se Cine Guajarino. Abrindo uma espécie de baú cultural, vejamos o que encontramos sobre ele.



Pedro Veriano, crítico de cinema, escreveu o livro Cinema no tucupi (1999), cujo capítulo “Cinema em Icoaraci e Mosqueiro” trata do Cine Guajarino, o cinema que Mosqueiro perdeu:


Cinema em Icoaraci e Mosqueiro


As vilas balneárias do município de Belém, Icoaraci (antes chamada Pinheiro) e Mosqueiro, tiveram os seus cinemas. Icoaraci teve dois: Ipiranga e Guanabara. O primeiro durou mais tempo. Exibiu na sua melhor fase os filmes da empresa Severiano Ribeiro, antes Cinematográfica Paraense Ltda. No fim de carreira, os do empresário Carneiro Pinto, dono do Cinema Argus, no município de Castanhal, considerado o “cabeça de circuito interiorano” (Carneiro fornecia filmes para diversas cidades do Pará e até do Maranhão, como Imperatriz). O Cine Guanabara foi utilizado por outro empresário, Nélio Pinto. Exibiu filmes em 35mm e 16mm. Por pouco tempo.


No Mosqueiro existiu o Guajarino, na Praça da Matriz (Vila). Fundado em 1912, ainda na fase da chamada “cena muda”, sobreviveu até 1976, quando regrediu à bitola amadorista (16mm), exibindo faroeste italiano da firma que pertenceu a Hiran Bechara, dono do cinema do município de Marabá, depois a Manoel Teodoro de Miranda.


O Guajarino foi orientado por muitos anos pelo bancário Paulo Monteiro. Antes dele, pertenceu ao Sr. Bianor Carneiro, que o comprou do fundador, Pires Teixeira. Nos primeiros anos do cinema existia um trem, que o povo apelidava de “Pata Choca”, ligando o centro da ilha à Praia do Chapéu Virado. É interessante observar que a inauguração da linha férrea foi filmada por Ramon de Baños[1].


No dia 13 de dezembro de 1975, eu publiquei em A Província do Pará uma reportagem sobre o cinema de Mosqueiro. Disse, na ocasião, que havia público para uma sessão noturna diária e vesperais aos sábados e domingos durante muitos anos. Filmes como ...E o vento levou e Os dez mandamentos produziam enormes filas e tornavam-se motivo de comentários da população. “―Não tinha televisão, a noite era monótona”, dizia Monteiro. “―As coisas foram mudando com as antenas de TV nos telhados. Chegaram as novelas e ninguém perdia um capítulo para ver um filme...”


Mas o Guajarino não foi o único cinema da ilha que disputa com o município de Salinópolis a frequência dos que procuram balneários em Belém. Em 1955 e 1957 eu mesmo montei um cinema para filmes em 16mm num antigo mercado, no Chapéu Virado, que na época funcionava como escola pública (e voltaria a ser mercado nos anos 70). Como não havia energia elétrica suficiente, puxava um cabo do gerador do Hotel do Russo, próximo do local. As carteiras da escola funcionavam de poltronas. As piadas não falhavam: “―Eu depois de velho voltei à escola...”


A versão 55 foi a mais concorrida. Lembro de uma frequentadora assídua, a então Miss Pará, Gilda Medeiros. Ela se tornaria atriz do cinema nacional, fazendo filme com atores famosos como Alberto Ruschell (de O cangaceiro, versão 1953) e sob a direção de cineastas tarimbados como Fernando de Barros, um dos remanescentes da Cia. Cinematográfica Vera Cruz (SP). Um desses filmes, Riacho de sangue, ganhou distribuição nacional, e muitos anos mais tarde, longe de câmeras e roteiros, Gilda falou-me, com saudades, da produção.


Um episódio curioso que bem ilustra o que representou o cinema alternativo nas férias de julho, no Mosqueiro, aconteceu em 1957. Os filmes eram alugados em Belém de um representante da RKO Rádio, F. Aguiar & Cia. Havia uma programação traçada, mas era possível uma falha. O problema é que a cópia chegava pelo navio (não havia estrada ligando Mosqueiro ao centro de Belém) às 18h30 e a exibição tinha o horário padrão de 20h30. Quando estava anunciado o clássico King Kong, de Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper, chegou, em cima da hora, O seu tipo de mulher, aventura policial com Robert Mitchum e Jane Russell. Eu tinha passado o dia orientando a colocação de um cartaz gigante, na porta do cinema, com o desenho de um gorila. Com a troca do programa, segui direto do trapiche, onde atracava o navio, para a escola-mercado. Cheguei às 19 horas e já havia fila. Muito depressa, arranquei o cartaz de King Kong e escrevi num pedaço de cartolina o título do novo filme. Quando terminei a operação, estava cercado por espectadores indignados. Pensei que, enfim, a mania de cinema ia me legar uma surra. Procurei explicar, mas a vaia não deixou. Corri para o jipe que me transportava nessas aventuras e fui para casa criar coragem para voltar às 20 horas. Voltei, mas não vi público. Aliás, não vi público daí em diante. A falta do King kong deixou um saldo de descrédito. No último dia das férias (e o cinema só funcionava nas férias), exibi em duas sessões o desenho Alice no País das Maravilhas. Recepção morna. Foi o fim de um tempo. Nunca mais voltei com o projetor para o Mosqueiro. Dez anos depois, o próprio Guajarino encerrou suas atividades com as máquinas jurássicas de 35 mm vendidas. A fase posterior, que eu vi como pré-agônica, durou pouco. O quadro minúsculo da bitola tentou em vão ressuscitar um hábito. Mas nesse tempo a conversa, na vila, era sobre o filme da TV ou a novela das oito.


Nesta foto de carnaval, é possível ver-se, ao fundo, parte da fachada do saudoso Cine Guajarino!


* * * Muito se deve agradecer a Pedro Veriano por essas informações tão preciosas sobre o Cine Guajarino, já que dele nem o prédio ficou, com sua linda fachada. [1]

O filme curta-metragem, perdido, é Da Vila ao Chapéu Virado de trem.

Referência: VERIANO, Pedro. Cinema no tucupi. Belém: SECULT, 1999, pp. 40-41.




Por Alcir Rodrigues


Ampla maioria dos mosqueirenses desconhece o fato de que já foram publicados dois romances ambientados aqui em nossa pacata ilha de Mosqueiro. Pessoas, lugares, fatos e situações referentes à nossa terra, que já foi nomeada de Bucólica, foram ficcionalizados pela pena de dois ilustres paraenses, escritores que viveram parte de suas vidas nesta terra e a tornaram locus de ação de seus personagens; contudo, em que pese o fato de ambientarem suas histórias no espaço mosqueirense, fato que aproxima as duas obras, estas, no entanto, se distanciam no que tange ao clima sugerido pelo enredo de cada uma. É disso que passaremos a discorrer nas linhas que se seguem. O locus amoenus (um lugar ameno e agradável para se viver), verdadeiro paraíso perdido e irrecuperável, docemente aquarelado por Cândido Marinho Rocha (1907-1985), nas páginas de seu romance Ilha, capital Vila, publicado em 1973, contrasta notoriamente com o locus horrendus (um lugar assustador para se viver), painel violentíssimo traçado por Edyr Augusto em seu Moscow, romance este publicado quase duas décadas depois, em 2001. Esse contraste torna-se gritante, ao fazer-se comparação entre as duas obras. A de Marinho Rocha, Ilha, capital Vila, envereda pela trilha do ufanismo e do bucolismo em relação ao tratamento dado à ambientação, também possivelmente porque sua produção data da era do Milagre Brasileiro, do general-presidente Médici, em plena ditadura militar. Esse fato torna-se patente ainda mais, quando se leva em consideração o fato de seu subtítulo ser “Histórias e estórias de uma ilha cercada de amor por todos os lados”. O painel ultraviolento desenhado em Moscow expõe a Ilha em cores fauvistas, isto é, fortes e vivas, em sintonia com todo um quadro de acontecimentos que impressiona por uma verossimilhança surreal (como numa tela de Salvador Dalí). Como foi publicado em 2001, escrevi, algum tempo atrás, que tudo no romance soa como notas reais de uma música ainda não tocada apenas pela falta dos instrumentistas, que logo, logo subirão ao palco para compor uma cruel orquestra, a tocar aterradora sinfonia para um público boquiaberto, atônito, só percebedor recente da degenerada mutação social que já se abatera sobre a “Ilha Perfumada pelo Amor”, nas palavras de Marinho Rocha. Ilha, capital Vila, com sua atmosfera de bucolismo, onde pairavam no ar os amores livres de Dona Rosamor, e do personagem central Zozó, dentre outros personagens que vivenciaram os acontecimentos pitorescos na Ilha, de 1931 a 1943, dá mostras de uma mítica e doce recordação que praticamente só vive na memória dos mosqueirenses mais antigos. Já Moscow, por toda crueza da violência que povoa suas páginas, com o personagem central e seus amigos praticando atos de agressão gratuita de toda natureza, além de assaltos, estupros e assassinatos, tudo homologado pelos fatos reais e cotidianos da contemporaneidade, é profético e atual, e aterrorizante. No geral, os dois romances têm qualidade e apresentam um panorama humano e social com o qual o mosqueirense, sem sombra de dúvida, se identifica. O leitor deve lê-los, fazer comparação e ponderar: “O que teria uma pessoa a ganhar, se não os ler?” ROCHA, Cândido Marinho. Ilha, capital Vila. Belém: Falangola, 1973, 206 p. AUGUSTO, Edyr. Moscow. São Paulo: Boitempo, 2001, 68 p.





domingo, 20 de março de 2011

MOSQUEIRO, A BUCÓLICA, VIRA ACÚMULO DE LIXO

O Liberal
Caderno: Atualidades
Belém 25 de Março de 2011


Mosqueiro, a bucólica, vira acúmulo de lixo


O histórico problema da coleta de lixo no distrito de Mosqueiro, a bucólica ilha localizada a 60 quilômetros de Belém, se agrava com a chuva. Os dois caminhões da prefeitura da capital só recolhem duas vezes por semana os resíduos domésticos de alguns bairros e localidades, provocando acúmulo de entulho em esquinas e terrenos baldios.
O agente distrital de Mosqueiro, Ivan Santos, afirma que, embora mais caminhões de lixo reforcem a coleta nos períodos de férias escolares e às vésperas de feriados ou festividades, em dias comuns apenas dois carros se encarregam do trabalho em toda a ilha. Cada um faz duas viagens por dia para despejar o lixo no Aterro Sanitário do Aurá, no município de Ananindeua. "É preciso começar a pensar em uma alternativa para o lixo gerado na ilha de Mosqueiro, que pode ser a construção de uma usina de reciclagem ou a criação de um aterro", diz Ivan Santos. Ele admite que ainda não há estudos que apontem a viabilidade para a criação do aterro ou da usina, mas reafirma a necessidade da prefeitura viabilizar alternativa imediata.
A outra parte do lixo (galhos de árvores e folhas) que não levada para Ananindeua é utilizada para aterrar áreas particulares alagadiças, por solicitação dos proprietários à prefeitura.
Disponível em: www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?...

sábado, 19 de março de 2011

MORTE DO ESCRIVÃO CARLOS JORGE (JORGINHO)

Mosqueirense é esfaqueado por adolescentes.

A Polícia Civil do Estado do Pará lamenta profundamente a morte do escrivão Carlos Jorge dos Santos Silva (Foto ao lado), que tinha 51 anos, 30 deles dedicados à instituição policial. Jorginho, como era mais conhecido, trabalhava desde 2007 na Divisão de Polícia Administrativa (DPA). Ele foi encontrado morto a facadas, na noite de ontem, em casa, no conjunto Cordeiro de Farias, bairro do Tapanã, em Belém. Os autores do crime são dois adolescentes que já foram apreendidos. Eles, após o crime, roubaram vários objetos, inclusive o carro da vítima. Os infratores foram apreendidos minutos depois no mesmo conjunto, por policiais civis e militares, e encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente. Outros dois adolescentes, que saqueavam o carro, no momento da chegada dos policiais, também foram apreendidos. Os quatro estão recolhidos na unidade da Fundação da Criança e Adolescente (Funcap) à disposição da Vara da Criança e do Adolescente.Nomeado em 23 de fevereiro de 1981, após aprovação em concurso público, para o cargo de agente administrativo, Carlos Jorge atuou inicialmente no Instituto de Identificação. Em 1983, fez outro concurso, desta vez, para o cargo de escrivão, no qual foi nomeado em 3 de fevereiro desse ano. Depois, foi lotado na antiga Delegacia da Marambaia. O escrivão atuou por diversas unidades policiais, entre elas a antiga DVG (Divisão de Vigilância Geral), e Delegacias de Ananindeua e Guanabara, e Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE). Recebeu, ao longo de sua carreira, quatro elogios pelos serviços prestados à sociedade. O velório acontece na capela mortuária da Igreja dos Capuchinhos, em São Braz. O enterro foi realizado no cemitério de Mosqueiro, distrito onde Jorginho nasceu e reside seus familiares. Ascom Polícia Civil.


quarta-feira, 16 de março de 2011

http://www.naotemcabimento.com/

Bucólica

No quesito "lazer", o melhor prefeito que a bucólica ilha de Mosqueiro já teve foi o papudinho.É.... ele mesmo, o ex-prefeito Hélio Gueiros.Recordo-me muito bem:Blocos carnavalescos na beira-rio.Trios elétricos (dos grandes) com seguranças (cordeiros).Murubira lotada de família.Tudo muito organizado.Porém, só os "ricos" frequentavam, pois a passagem de ônibus custava 'o olho da cara' (o que era injusto, pois Mosqueiro é distrito de Belém).Enfim... Mas que era legal, isso era!
Postado por NTC às 12:18 0 comentários

Disponível em: http://www.naotemcabimento.com/



sexta-feira, 11 de março de 2011

Bucólica II
O também ex-prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, realizou obras mais estruturantes na ilha, como:Saneamento.Reabastecimento de água encanada para os moradores.Readaptação da rede de esgoto (lembram que ia tudo pra praia?).Por outro lado, o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa, resolveu abandonar completamente a ilha.Como a mania deste aí é criar pórticos (que demoram séculos pra ficar prontos), também o fez na esquecida bucólica.Lazer, obras estruturantes e outras políticas públicas, por lá não se vê não!
Postado por NTC às 12:25 0 comentários