Conheça as tradições da ilha de Mosqueiro
Balneário paraense é conhecido pelas praias de rio com ondas, casarões antigos e gastronomia peculiar
12/07/2013 12h25
- Atualizado em
13/07/2013 12h59
Fonte: http://redeglobo.globo.com/pa/tvliberal/edopara/noticia/2013/07/conheca-tradicoes-da-ilha-de-mosqueiro.html
Link: http://glo.bo/12wrD1u
Mosqueiro é um distrito da cidade de Belém com praias de rio repletas
de ondas, 17 quilõmetros de orla e natureza generosa. Por tudo isso, é
fácil entender porque o balneário é um dos mais procurados durante o
verão amazônioco, no mês de julho.
Quando os colonizadores portugueses chegaram na região, o território
era ocupado por tribos indígenas, como os tupinambás e os murubira, que
viviam principalmente da pesca. Estes povos tinham o hábito de
"moquear", ou seja, assar no moquém - um processo em que o alimento é
envolto em folhas e colocado sobre a brasa - os peixes que consumiam, e
desta prática surgiu o nome do local.
Séculos depois, no período da borracha, a ilha se consolidou como
destino preferido dos moradores da capital durante o verão. Segundo o
historiador Lairson Azevedo, quem lançou esta moda foram os europeus que
moravam em Belém.
Os chalés e casarões até hoje dão charme à ilha, mas não foi fácil
erguer essas estruturas: como a ponte que liga Belém e Mosqueiro ainda
não existia, o material de construção teve que ser trazido de barco.
Essa dificuldade se estendeu até bem depois da Belle époque.
Doralice Mártires conta que, na década de 1930, o pai dela, Zacarias
Paulino dos Santos Mártires construiu um dos hotéis mais antigos da
ilha, e que se transformou em um dos símbolos do lugar. "Alguns barcos
que traziam o material de construção de Icoaraci afundavam antes de
chegar na ilha",conta , relembrando das dificuldades.
No projeto original o hotel seria um cassino, mas o jogo foi proibido
no Brasil, e seu Zacarias resolveu transformar o lugar em casa de
hóspedes. O salão foi palco de bailes que reuniam elite paraense, e o
restaurante chegou a ser frequentado por soldados norte-americanos
durante a primeira guerra mundial.
Desde então o espaço passou por reformas e adaptações, mas até hoje é
um dos mais procurados da ilha. "Meu pai foi um visionário", conta
Doralice.
Tradição gastronômica
Tradição gastronômica
As belezas naturais e arquitetônicas não são os únicos atrativos de
Mosqueiro, onde até os pratos mais simples da nossa culinária parece ter
um sabor especial: na vila de Mosqueiro, as tapiocarias são ponto de
parada obrigatório para os veranistas e moradores a ilha. José Costa é
de Abaetetuba, e se mudou para mosqueiro com a família há poucos meses -
tempo suficiente para se declarar fã das tapioquinhas.
Dona Maria Nunes é uma das tapioqueiras mais antigas da vila, onde
trabalha há 40 anos. Quando ela começou, as tapiocas eram vendidas em
tabuleiros, e não havia tanta variedade de sabores - bem diferente da
oferta variada que os visitantes tem hoje.
Outro sabor típico da ilha é o camarão, degustado com a paisagem do rio
no horizonte. Quando Nonato Marques nasceu, vivia em uma parte mais
afastada do lugar, onde só é possível chegar de barco. Há cinco anos ele
resolveu construir um restaurante diferente, aproveitando a
tranquilidade da região: parte da estrutura fica dentro da água, e
flutua apoiada em mais de 20 mil garrafas pet
"A gente incentiva outras pessoas a trabalhar do jeito que a gente
trabalha, sem destruir o meio ambiente e tendo uma renda, né", explica
Marques.