Mosqueiro Notícias adicionou 4 novas fotos.
MOSQUEIRO MUDOU!
A tranquilidade, que outrora habitava a ilha do Mosqueiro, era suficiente para se embalar na rede à beira da praia, dormir com as janelas abertas, ouvir música e apreciar as ondas do rio Pará, em companhia da família, numa bela casa de veraneio ou nos cômodos do hotel chapéu virado ou do hotel Farol, nas praias do mesmo nome.
Um pouco afastada das praias mais movimentadas, chapéu virado e farol, estava a ideal praia do Marahú, para quem queria relaxar e aproveitar o contato com a natureza. O silêncio só era cortado pelo barulho que as crianças faziam brincando na areia, ou pelas ondas, nas marés altas, quando ali chagavam, no mês de março.
Quando resolvia passear na ilha, além da caminhada pela orla das praias, o destino certo era a Vila, e lá se encontrava de tudo, da carne ao peixe, no mercado municipal, da sopa do padre Serra à tapioquinha, da varinha do amor à paçoquinha de castanha de cajú, na praça Matriz, do jogo de loteria no Ary ao botão, na lojinha do Batuta ou do Bazar Guiomar. Tudo era gostoso por causa da tranquilidade. Era o momento de fugir da rotina estressante da cidade e aproveitar cada instante, oferecido por esse paraíso.
Nas praias tradicionalmente mais frequentadas, Murubira, Chapéu Virado e Farol, a festa e a animação tomavam conta, e já se quebrava a tranquilidade e o espírito bucólico da ilha. Nas barracas, já se ouviam uma grande variedade músicas, que iam de bregas a carimbos. Poucos eram os dias de alta temporada, em que se ouvia música vinda de carros jovens e de famílias, coisa rara nos feriados e férias de julho.
Naqueles tempos, a ilha permitia tranquilidade e segurança e era um ótimo local para reunir os familiares, arrumar os colchonetes no chão e sempre receber mais um membro da família ou um amigo, para apreciar o pôr do sol, curtir a praia ou uma noite de lua, no jardim ou na varanda do chalé.
Depois da ponte ou, anos antes dela, já iniciava os anos de exploração e invasão da ilha e, o que era bucólico, campestre, campesino e encantador, virou medo, dificuldade, insegurança, agitação, badalação. A ilha mudou, assim como mudou a tranquilidade e mudaram os seus frequentadores.
Nas praias, se percebe as mudanças: estacionamentos lotados, bares bastantes frequentados, sons altos e um número grande de banhistas, ocupando os espaços na areia. A praia do murubira é bastante frequentada por jovens, que transformam a orla num dos points mais movimentados de Mosqueiro. É a praia de maior agito da ilha, e onde os frequentadores se encontram para conversar, paquerar, dançar, se divertir. Essa praia, apesar da proibição, ainda é palco de abusos e imprudências, pela insistência de altíssimo volume de sons instalados nos porta-malas dos carros. Não tão distantes, um do outro, encontramos uma música diferente – sempre nas alturas. A poluição sonora habita as várias orlas das praias e é motivo de frequentes reclamações, com pouca solução, apesar da fiscalização.
Segundo os órgãos de fiscalização “Falta consciência por parte dos veranistas, tem muita gente desrespeitando as leis. Há anos atrás o Murubira não era assim", comentou.
JCSOliveiraCarlos
Zap: 980876981
Antigamente, a ilha de Mosqueiro era chamada de "Bucólica". Depois da ponte, virou "Alcoólica"...
ResponderExcluir